Se depender de um grupo de cientistas da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh, nos Estados Unidos, a próxima tendência do cinema pode ser a gravação e direção de filmes por drones autônomos.
O projeto não se trata apenas de drones capazes de fazer gravações com base em comandos, mas sim que esses veículos sejam treinados para fazer as melhores capturas artísticas sem depender de um humano para isso. Para que essa ideia seja possível, os pesquisadores estão treinando o sistema com base em uma técnica chamada aprendizagem de reforço profundo, que envolve a captação por voluntários da visualização de cenas fotorrealistas geradas por computador, em que os objetos são “filmados” de todos os ângulos e distâncias.
Então, com base nas pontuações dadas pelos voluntários a cada uma das perspectivas, o sistema consegue aprender quais eram as melhores combinações. A aprendizagem também envolveu a otimização de um recurso capaz de evitar possíveis consequências que possam atrapalhar a visão, antecipando quais serão os movimentos necessários de câmera para que esses obstáculos não atrapalhem.
Um dos estudantes responsáveis pelo projeto, Rogerio Bonatti, PhD em robótica, diz que o grupo está colocando o poder da direção dentro de um drone. “O drone se posiciona automaticamente para gravar os aspectos mais importantes de uma cena. Ele entende de forma autônoma o contexto de uma cena — onde os obstáculos e os atores estão — e raciocina de forma ativa para entender quais pontos de vista criarão cenas mais interessantes. O drone também raciocina sobre como se manter seguro e não travar”, conta o cientista.
A tecnologia, além de ser usada no cinema, também pode ser aplicada em sistemas de segurança para que os operadores possam se concentrar no que está sendo filmado, sem se preocupar com o controle seguro do veículo. O projeto será apresentado na China, em novembro, em uma conferência internacional de robôs e sistemas.
Fonte: New Atlas